ORIENTAL DUENDE

O Oriental Duende é uma das inúmeras formas que veiculam os ensinamentos da Danza Duende sobre os aspectos invisíveis da dança da vida.

Aberta a uma criatividade infinita em função do artista e do tema escolhido (o qual não se limita a uma região ou a uma época), a dança Oriental Duende é a expressão livre, fluída, rigorosa e contemporânea da essência feminina.

Este trabalho baseia-se no estudo simultâneo da energia (invisível) e do movimento (visível), graças à imaginação (visível e invisível!). A Harmonia do gesto nasce do equilíbrio e da amizade entre o masculino e o feminino: tanto na intimidade da sensação, como no regozijo que esta irradia.

Estudar Oriental Duende transcende o conceito da teoria, descendo à realidade quotidiana de "dançar a sua vida".

Para uma mulher, dançar Oriental Duende é uma maneira de juntar o tesouro do seu coração ao corpo. Para um homem é o encontro de uma energia profundamente enraizada nele e que o irá ajudar a reforçar a suas qualidades masculinas. Para um grupo é uma forma poética de criatividade e um encontro lúdico com a energia da natureza.


Já quase esquecera que as minhas ancas, o meu peito e o meu ventre podiam fazer música também. E quando a dança oriental finalmente me domesticou, descobri uma nova sensibilidade, uma doçura e uma feminilidade delicada à flor da pele, que se foi desenvolvendo pouco a pouco no meu coração. O coração carinhoso, profundo e terrível da Mãe.

A relação entre o Oriente e a dança oriental é apenas aparente; ela é universalmente feminina. Antes de tudo, ela é soberana do natural. Ela exige do corpo, dos músculos e da pele um grande relaxamento. Adquirindo suavidade, um sorriso surge nos lábios e ondulamos com generosidade, trememos com vigor. Deixamos de ser mulheres com uma determinada idade, com um rosto, um nome ou uma história... Não! É muito mais do que isso, descobrimos sob a forma de música A Mulher, Aquela que vem da lua e que se escondia por trás do véu dos enganos.

Não estou a falar de se cobrir de fantasia ou de ouro, de prata ou de seda para deslumbrar o público numa tentativa lamentável de competir com Salomé, nutrindo-se sem piedade dos suores libidinosos de alguns predadores frustrados, ficando fascinada até à cegueira com o brilho do seu próprio umbigo. Aí espera-nos a armadilha da vaidade, dos ciúmes medíocres que nos afastam de nós próprias e dos outros, que nos afastam do essencial.

A dança oriental encontra-se entre as danças mais naturais do mundo. Nasceu de uma forma espontânea. Respira-se simplesmente entre irmãs sem idades, numa grande cumplicidade. O seu encanto hipnotiza tanto aquela de dança, como quem a vê dançar. A sua sensualidade acaricia a alma e podemos de repente vislumbrar o nosso espírito num corpo. A autenticidade é o que faz a sua beleza, que não pertence a ninguém, mas que cada bailarina revela numa nova luz.


Orientadoras em Portugal:
Liliane Viegas
Carolina Fonseca